sexta-feira, novembro 29

Tratado da Reforma do Entendimento

"Pedro, por exemplo, é algo real; mas a verdadeira ideia de Pedro é a essência objetiva de Pedro e em si algo real e totalmente diverso do próprio Pedro. Uma vez que, portanto, a ideia de Pedro é algo real, tendo sua essência peculiar, ela será também algo inteligível, isto é, o objeto de outra ideia, a qual terá objetivamente em si tudo o que a ideia de Pedro tem formalmente e, por sua vez, essa ideia, que é a ideia de Pedro, tem igualmente sua essência que também pode ser objeto de outra ideia, e assim indefinidamente. Quem quer que seja pode fazer a experiência quando, ao constatar que sabe o que é Pedro, e também  saber que sabe e novamente saber que sabe o que sabe, etc. Disso decorre que, para compreender a essência de Pedro, não é necessário compreender a própria ideia de Pedro e muito menos a ideia da ideia de Pedro; o que é a mesma coisa se eu dissesse que não fosse necessário, para saber, que eu saiba que sei e muito menos saber que eu sei que sei; (...) De fato, para saber que sei, é necessário primeiramente que eu saiba."
 Spinoza, 1661

Pedro ________ para te saber, é preciso saber

nada — e da tua essência, perder
o centro o senso a calma.

para te saber me dispo da meta:

um mote sem objeto.
e subverto a sua imagem na memória
________________________
é essa ideia tudo onde me perco:
maré cheia, tempestade
em teu aquário viscoso de algas.


2013