quarta-feira, dezembro 18

Silêncio

“anjo 
nenhum pode curar-te
do teu nome”

                                Paul Auster


eu o assombro um trem te atravessa
os trilhos
vagões lotados teus olhos ignotos

eu o desejo aos pés de teus fantasmas
 – eles  não dizem nada.

sim, Pedro, mais fácil seria outro nome
fosse Nuno pesaria
nem metade dessa pedra arrastada
em língua morta:



Petrus. trapos de língua. trapos
nós. Petrus a noite engole e somos
dois vagabundos entre contas azuis 
tomadas pelo asfalto
 
preto – tantos furtos – cada vez 
menos de mim
comigo:


dirá que te pertenço
quem souber o que me resta.