Agnés retorna,
e seus travellings
correm
a minha memória
jorra,
a sua maresia
ela se ajunta na minha,
meus olhos
a vagar
que são tantas as praias.
dissolvo-me
escorro
implacável
mar ressacado
vagarosa
- aquela ilha deserta.
elas são muitas, as praias.
dá-se um passo, e as pegadas
sempre:
um lastro de areia, nela
chinelos perdidos, óculos
sacolas plásticas, baralhos
guarda-sóis fechados
guarda-sóis abertos
baldes vazios, cheios,
as cartas, as conchas... (assemelham-se eles aos objetos
heteróclitos e tristes das salas de espera?
prefiro não pensar) e lá está
o mar.
arde a sede.
as praias são muitas
transborda...
Agnés então mais impregnada:
fundo-me em devires nesse mar de memórias.
nado
e sou a água.
na imaleabilidade dessa existência,
a submersão.
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