e resvala
como os olhos de um desconhecido.
era a cidade:
(apontava o seu braço reto e magro)
das escadas curvas
libertos os gatos sobre seus impérios degraus
infinitos degraus onde todo o corpo se consome
(apontava o seu braço reto e magro)
das escadas curvas
libertos os gatos sobre seus impérios degraus
infinitos degraus onde todo o corpo se consome
hoje perco a sua forma (cidade, cidade)
mas as casas nada poderia detê-las
tão iluminadas gralhas de memória e fantasmas
onde o mesmo cheiro é
sempre o cheiro da casa
dos três quartos vazios
e uma árvore empoeirada.
pois que a cidade é
outra.
não há minha cidade:
corpo difundido ao vácuo antes
das casas entre a fumaça
e a sua cabeça
cáustica, evadir-me na fumaça
asfixiar a árvore
e toda a nuvem de poeira que deflagram os seus galhos
não há minha cidade:
corpo difundido ao vácuo antes
das casas entre a fumaça
e a sua cabeça
cáustica, evadir-me na fumaça
asfixiar a árvore
e toda a nuvem de poeira que deflagram os seus galhos
(em uma cidade alheia
muitos anéis afogam-se nas banheiras)
o vinho das 7 p.m.
- não há chá com torradas
- não há curva dos seus ombros
toda cisão e seus repentes:
toda a fome de seus mendigos.