quarta-feira, janeiro 15

em BH

ouvir o blábláblá alheio, lourenço, como a vida é
 dura e o mundo é chato.

nunca haverá os lugares dos livros que li

talvez começasse com L ou CL o inferninho de 62 - modelo para armar
cortazinha
moinho  onde residem todos
os pequenos desencontros e
as pessoas certas
ali
que não é o bar
entre a gordura dos meus dedos
e alguma baba

escrevo um bilhete como quem pode
o caixa se apaixonar por mim
deixo na conta &
sou em quem pago

mas lá entre meus dedos não.
são páginas, lourenço, páginas.










domingo, janeiro 12

espelho

para eduardo
 "porque fuiste siempre un espejo terrible, una espantosa máquina de repeticiones, y lo que llamamos amarnos fue quizá que yo estaba de pie delante de vos, con una flor amarilla en la mano, y vos sostenías dos velas verdes y el tiempo soplaba contra nuestras caras una lenta lluvia de renuncias y despedidas y tickets de metro."



virado e
imune está o seu corpo
sem planos
ou meta que te despenque as ideias:
coragem apenas sendo
um voo raso um pão doce ao fim
do dia.

o seu corpo está
fechado
desde a tua mãe te dando um chá de estrela
do mar, peixe, bicho,
trancado em mim
tão aberta, aguando
o futuro esperado
a criança indo de vez
daqui
para a ciência as palavras o adulto
que me compus.