quarta-feira, junho 20

Quando o silêncio soa
absurdo
uma agonia me distende a garganta,
Meu Deus,
quanto grito detêm-se
pedras em meu peito de lata.
quantos ruídos breves
agudos ruídos trincados
à glote.

vejo:    um tronco torto minhas pernas
            podem sentir a dor profunda
            a encobrir-se esta casa tão só
            poeira e bolor
Presenças restritas.

Um cavalo desanda o trote
porque sente fome ou dor
 no couro
- o que lhe falta é coragem - ouço
pela calçada

o esgoto é quente
e fede.
o bueiro lembra-me morte por água.

Eu choro essa lembrança.
desembaraço-a fraca em lembrar
Para então, ao fim da noite,
deitá-la comigo.

De ré movimenta-se o cavalo
meu desejo avesso é
o combustível E
se ele sentisse o sabor da minha garganta
                   nessa hora
                   a essa hora
engrenaria o assombro da velocidade
limando qualquer
entrave.
                  
                  

Um comentário: