hoje
cada passo dado volverá
ao teu rosto:
miragem de corte certo
onde cresces ileso
onde me abismo.
descubro a cidade no risco
de enfim atravessar o teu corpo:
espinho suspenso no galho
da roseira que te rompe a visão.
está posto: desvaneces em cada esquina
antes da cabeça a memória
uma sombra
um arranco.
hoje fez-se mais um cismo
no rosto da estátua que tanto gosto, noto
uma hostilidade para além da pedra
hostil - o que lhe atravessa
o que urge no tempo.
sim, urge o repente, a brita das horas
uma vertigem
cismando ruas ternas e suas dobras
onde resta apenas um risco
no horizonte do teu encontro.
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