terça-feira, setembro 25

Ecos de Agosto


 

a noite derrete
(um corpo emergindo
               dos degraus)

 

pernas plásticas cingindo
o breu, elas transcorrem
o salão num vulto morno
de rumor e fibras
 

- por favor, mamãe, nenhum desastre.


os tigres de agosto, o repouso nu
de seus entornos revolve fantasmas.
nunca perdoam, estampam
em lanhos a cicatriz da fome                                   


- por favor, mamãe, nenhum desastre.
 

a ave bicuda de agosto
atesta a sua fome na casa ao lado.
aborta o sono da casa ao lado.
(desiste à tarde, grave mudez)
reside na noite – insidiosos
hertz de lisergia e caos
insidiosa noite,
                       habita o caos
de seus ecos imperativos:
                        desiste
                                   desiste

                        e desistir       
               mamãe,
lhe custa a vida.

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